quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

APRESENTAÇÃO



Este blog foi construído com o propósito de expor o que aprendemos ao longo das aulas expositivas ministradas pelo professor Francisco Formigli, durante os encontros da disciplina de Psicologia, na Universidade Católica do Salvador - UCSal, às sextas-feiras, das 19h às 21h40m (TURMA 51). 


A equipe responsável pelo seu desenvolvimento é formada pelos seguintes membros:

Antonio Carlos Britto
Eric Bezerra
Guilherme Tannus
Moacyr Galdino
Talita Leão

Esperamos que apreciem os textos abaixo. São, como dissemos, escritos que revelam aspectos interessantes do que aprendemos em sala. As referências usadas para a elaboração das postagens podem ser encontradas no final de cada exposição.

Sintam-se à vontade para comentar.

Atenciosamente,
Equipe responsável


sexta-feira, 30 de novembro de 2012




A Psicologia, assim como outras ciências particulares, esteve, por cerca de dois milênios, ligada ao tronco geral da Filosofia. A palavra psicologia surgiu na Grécia Antiga. Ela é composta de duas outras: psyché, que quer dizer “alma”, e logia, que deriva do vocábulo logos, que significa “pensamento racional”. Etimologicamente, portanto, psicologia representa o estudo racional da alma, isto é, uma tentativa de compreender a alma através da razão, do pensamento.

A concepção de alma, contudo, não correspondia a aquela que é comumente conhecida em nosso tempo. Ao longo das épocas, ela foi sendo reformulada através do pensamento de vários filósofos. Os “estudos sobre a alma”, se assim podemos dizer, foram se transformando até que assumissem a forma da Psicologia que conhecemos nos dias de hoje.

A história da psicologia nos leva, em um primeiro momento, à Antiguidade, mais especificamente à Grécia Antiga, onde floresceu uma forma particular de conhecimento da natureza e dos seres humanos, a Filosofia. Como destaca Marilena Chauí:

A Filosofia surgiu quando alguns gregos, admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que as tradições lhes dera, começam a fazer perguntas e buscar respostas para elas, demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos naturais e as coisas da natureza (...) podem ser conhecidos pela razão humana, e que a própria razão é capaz de conhecer a si mesma. (2009, p.25)

Assim como dedicaram sua atenção à tentativa de compreender a ordem da natureza (o cosmos), os filósofos gregos também se ocuparam do estudo da alma através da razão, ou seja, da psicologia.

Sócrates
Embora seja possível identificar noções acerca da alma desde a Ilíada de Homero, é a partir de Sócrates que encontramos ideias mais robustas. Para o filósofo grego, a alma, em apertadíssima síntese, pode ser identificada como a essência do ser humano, sua natureza última. Ela é aquilo que o distingue dos demais seres, que é comum a todos os homens; ela é o pensamento, a razão, a consciência. Conhecendo a si mesmo, isto é, conhecendo a sua alma, o homem pode conhecer seus limites, suas possibilidades, sua capacidade para conhecer. Ora, ao saber das possibilidades e limites de seu raciocínio, de seu pensamento, o homem se aproxima da realidade das coisas e dos fatos, pois é capaz de estabelecer formas seguras para que chegue à essência das coisas, mantendo-as a salvo da interferência de suas opiniões, por exemplo.


Platão
Platão, discípulo de Sócrates, como destaca Anna Paula Rodrigues Mariano, divide o homem em corpo e alma. “Para ele, o verdadeiro conhecimento está inserido no mundo das ideias, que faz parte de uma alma já inteligente antes de habitar e se tornar prisioneira do corpo”. A alma, assim, seria como um habitat do verdadeiro conhecimento.

Aristóteles
No pensamento de Aristóteles, introduz-se novamente um novo conceito. A alma, para o filósofo, é o princípio que dá vida à substância do ser, aos corpos físicos. Não pode, portanto, ser vista separadamente do corpo. É como se a alma fosse responsável por animar a matéria, por conferir vida a ela. O filósofo de Estagira chegou a estabelecer distinções entre a percepção, a razão e as sensações, diferenças que seriam abordadas muitos séculos mais tarde, por Husserl e pela Psicologia da forma ou teoria da Gestalt.

Durante a Idade Média, ganhou contornos relevantes o pensamento de Santo Agostinho. Inspirado em Platão, ele também enxergava uma separação entre alma e corpo. Para ele, contudo, a alma não era apenas a sede do pensamento, mas o elemento imaterial que liga o homem a Deus. Sendo a alma a sede do pensamento, a Igreja passou a se preocupar com sua compreensão.

Outro grande pensador da escolástica, São Tomás de Aquino, inspirado pelas ideias de Aristóteles, também elaborou estudos sobre a compreensão da alma. A alma, para o pensador medieval, é a responsável pela espontaneidade da vida. A alma dos animais e vegetais seria puramente sensitiva, como se a alma destes os permitisse apenas a espontaneidade vinculada ao sensível, ao corpo, às suas necessidades. A alma humana, por outro lado, teria natureza diversa, sendo incorporal, insubstancial, e daria ao homem muito mais que a espontaneidade de atos físicos. Ela permitiria ao homem a possibilidade de construir pensamentos.

René Descartes

Tempos depois, com o Renascimento, René Descartes, filósofo, físico e matemático francês, trouxe uma enorme contribuição à formação da Psicologia. Ele aceitou a posição dualista, que considera que mente (ou alma) e corpo são coisas distintas, mas declarou que tinham funções diversas. O corpo teria a função de permitir a sobrevivência, enquanto a mente a de pensar. Descartes propôs ainda que existiria uma interação mútua entre a mente e o corpo. Ora, mas, antes de mais nada, onde estaria a mente? Para o filósofo, no cérebro. A glândula pineal, por sua vez, estrutura localizada entre os hemisférios cerebrais, seria responsável pela conexão entre o dispositivo pensante e dispositivo executivo. Descartes, assim, faz com que as atenções se voltem para a mente, algo que se relaciona mutuamente com o corpo. Fornece, portanto, estímulos para que a anatomia e a fisiologia humanas sejam estudadas, a fim de se descobrir mais sobre essa interação e, consequentemente, sobre a estrutura dos pensamentos. O foco das atenções vai se desvencilhando da noção de alma, até então muito vaga, para a de mente, local onde o pensamento é processado.


Outro ponto do pensamento de Descartes que merece ser destacado é a distinção entre a razão inata e a adquirida. Para ilustrar a diferença, podemos imaginar um computador. Nele, é possível identificar dois “segmentos de software”, se assim podemos dizer. O primeiro grupo de softwares é aquele que fornece instruções básicas de funcionamento, controle e interação dos dispositivos de hardware. Este grupo de softwares representaria a razão inata. Nós, usuários, não os instalamos em nossas máquinas, pois eles já vem com elas. Aliás, a máquina sequer poderia funcionar sem sua presença. O segundo grupo de softwares representaria todos aqueles que instalamos em nossos computadores, como um aplicativo para ver vídeos, por exemplo. Estes softwares representariam a razão adquirida.

John Locke -
considerado
o fundador
do empirismo
britânico.

Antes da morte de Descartes, já havia surgido na Inglaterra o Empirismo, que pretendia discutir o desenvolvimento da mente e o modo como ela adquire o conhecimento. Os empiristas, de modo geral, acreditavam que nossos conhecimentos surgem com a experiência dos sentidos, ou seja, com as sensações. Os objetos ao nosso redor excitam nossos órgãos sensoriais e vemos suas formas, cores, sentimos seus cheiros, suas temperaturas etc. O conhecimento, para os empiristas, seria obtido través da associação dessas sensações, o que formaria a percepção. Essas associações só seriam possíveis graças à repetição e à sucessão de estímulos externos e de nossos hábitos.



O empirismo, assim, com a ideia da experiência sensorial, estimulou o desenvolvimento da Fisiologia e da Neurofisiologia, uma vez que se procurava entender como os sentidos funcionavam. Os avanços na área neurofisiológica, por exemplo, “levaram à formulação de teorias sobre o sistema nervoso central, demonstrando que o pensamento, as percepções e os sentimentos humanos eram produtos desse sistema” (BOCK; FURTADO; TRASSI, 2009, p.). A Psicologia, isto é, o estudo racional da mente, começava, assim, a percorrer os caminhos da Fisiologia, a Neuroanatomia e a Neurofisiologia.


Por volta de 1860, é formulada a Lei de Fechner-Weber. Essa lei, em resumo, pode ser entendida através de uma análise rápida do gráfico abaixo.

Trata-se do gráfico de uma função logarítmica. A resposta a um estímulo (uma sensação) é representada pela letra grega “Ψ” (eixo Y). A intensidade do estímulo (estímulo físico), por sua vez, é representada pela letra “I” (eixo X). Da análise do gráfico, é possível perceber que a resposta a qualquer estímulo é proporcional ao logaritmo da intensidade do estímulo.  A função é: Ψ = k*logI, em que “k” é uma constante. Essa lei pode ser usada, por exemplo, para calcular a resposta a um estímulo sonoro, visual etc.

Esta lei foi de grande importância para a Psicologia, pois descortinou a possibilidade de mensurar um fenômeno psicológico, algo até então considerado impossível. Dessa forma, os fenômenos psicológicos vão adquirindo status de científicos, uma vez que, para a concepção de ciência da época, o que não era mensurável não era passível de estudo científico.

Wilhelm Wundt
Outra contribuição muito importante nesses primórdios da Psicologia científica é a de Wilhelm Wundt (1832-1926), considerado o pai da Psicologia científica. Wundt cria na Universidade de Leipzig, na Alemanha, o primeiro laboratório para realizar experimentos na área de psicofisiologia. O médico, filósofo e psicólogo alemão ainda desenvolveu a concepção do paralelismo (estimulações físicas tem uma correspondência na mente) e o método do introspeccionismo (o experimentador tenta desvendar, através de perguntas a alguém treinado para a auto-observação, os caminhos percorridos em seu interior após algum estímulo sensorial).


A Psicologia vai, assim, gradualmente, se desvinculando do tronco geral da Filosofia, adquirindo um objeto próprio de estudo, métodos e teorias próprias.

Embora a Psicologia tenha nascido na Alemanha, como dissemos, é nos Estados Unidos que surgem as primeiras abordagens ou escolas em Psicologia, as quais deram origem às inúmeras teorias que existem atualmente. Cuida-se do Funcionalismo, do Estruturalismo e do Associacionismo. A Psicologia científica se constituiu, assim, em seus primeiros passos, destas três escolas. .

Mais tarde (séc. XX), contudo, essa Psicologia científica foi substituída por novas teorias, como o Behaviorismo, a Gestalt e a Psicanálise..


REFERÊNCIAS:

BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

CHAUÍ, Marilena de Souza. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo, SP: Ática, 2009.

GAARDER, Jostein. O mundo de sofia: romance da história da filosofia. 1ª ed. São Paulo, SP: Cia das Letras, 2011.

MARIANO, Anna Paula Rodrigues.  Um pouco sobre a história da psicologia. Disponível em <http://www.espacocuidar.com.br/psicologia/artigos/um-pouco-sobre-a-historia-da-psicologia>. Acesso em: 04 de novembro de 2012.


O BEHAVIORISMO



O Behaviorismo ou Comportamentalismo (já que o termo behavior é o mesmo que comportamento) tem como seu fundador John B. Watson. Alem disso tem como seu pilar o estudo do comportamento humano em detrimento das circunstancias oferecidas pelo meio em que vivem, ou seja, os estímulos que o ambiente oferece através das mais diferentes formas (o gosto dos alimentos, o ar frio, a luz do sol e entre outros) e as reações do corpo humano (a salivação no caso dos alimentos, o arrepio no caso do ar frio em contato da pele, a dilatação da pupila no caso de forte incidência de luz solar e entre outros) como respostas a esses estímulos.

O vídeo abaixo demonstra a reação de bebês ao experimentarem um pedaço de limão (estímulo):



Burrhus Frederic Skinner
Outro behaviorista importante foi B. F. Skinner que teve como fundamento de seus estudos o comportamento operante (o qual é o mais comum em se tratando das interações homem e ambiente). Contudo, antes de chegar ao comportamento operante, Skinner trata de explicar o comportamento respondente, que pode ser incondicionado (a simples reação do corpo humano ao estimulo pelo ambiente) ou condicionado (quando é inserido um mecanismo, como por exemplo, um sinal de luz, que avise que o estimulo será oferecido ao corpo, que terá uma reação prévia equivalente a este estimulo).



Skinner em seu experimento
O comportamento operante, que abrange a maioria das interações homem e ambiente, foi amplamente estudado por Skinner, através de experimentos com animais (principalmente ratos) nos quais ele aplicava a seguinte premissa: a resposta a um estimulo reforçador. Isso fica visível quando descrevemos a chamada ”caixa de Skinner”, que era um trabalho de psicologia experimental, no qual um ratinho era colocado em uma caixa e era privado de água durante determinado tempo, ficando o ratinho com sede (ou seja, o estimulo reforçador) e nesta caixa continha uma pequena alavanca que quando acionada pelo ratinho fornecia uma gotinha d’água (a resposta ao estimulo reforçador da sede), fazendo assim com que Skinner pudesse fazer afirmações sobre o que ele chamava de leis comportamentais.


Esse comportamento de o ratinho acionar a alavanca para obter água é o que se chama de reforço positivo, pois aumenta a resposta positiva, no caso a água. Entretanto se fosse um reforço negativo, no caso de quando acionada a alavanca cesse algum efeito negativo como o aquecimento da base da caixa, haveria uma diminuição na resposta negativa, ou seja, haveria uma remoção dos efeitos negativos em relação ao ratinho.


"CAIXA DE SKINNER"

REFERÊNCIAS:


BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

A GESTALT


A palavra “gestalt” tem origem germânica e não apresenta tradução exata para a língua portuguesa, faz alusão ao processo de tomar forma, de codificar o que colocado diante dos olhos.


O surgimento da Gestalt, ou psicologia da forma ocorreu no inicio do século XX. A teoria gestaltica tinha por base o princípio de que o conhecimento do todo é inatingível se apenas se analisa as partes presentes neste, tendo em vista o fato de que o todo é mais do que a soma das partes que o compõe, deve ser levado em consideração um terceiro elemento, que seria a percepção, interpretação de cada um.

Fundadores da Gestalt, Max Wertheimer(1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e KurtKoffka (1886-1940), depois de 1910, na Universidade de Frankfurt, discordam da teoria behaviorista, na qual umestimulo desencadeia uma reação.


Wertheimer provou experimentalmente que um mesmo estimulo pode ser percebido de forma organizada e ao mesmo tempo distinta por diferentes indivíduos. Tal fenômeno ocorre devido a cada um possuir uma percepção, assim sendo, cada individuo codifica de forma própria os acontecimento, as percepções, portanto, divergem umas das outras.


psicologia da Gestalt se refere ainda a  questão da “figura/fundo” que seria a tendência de organizar as percepções do objeto sendo visto e do fundo sobre o qual ele aparece. A figura seria aquilo que procuramos, o foco e fundo seria o contexto no qual a figura está inserida, como por exemplo: quando você está com fome e busca um restaurante e o encontra, a figura é o restaurante e o fundo seria a rua. Assim como as páginas para o livro, as letras para o papel.



A Gestalt é didaticamente destrinchada em princípios para que haja a percepção de objetos e formas, as leis da gestalt.

PREGNÂNCIA: A mais importante de todas, possivelmente, ou pelo menos a mais sintética. Diz que todas as formas tendem a ser percebidas em seu caráter mais simples. É o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada.

PROXIMIDADE: Os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram uns dos outros. Logicamente, elementos que estão mais perto de outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se estiverem distante de seus similares.

SEMELHANÇA: Eventos semelhantes se agruparão entre si. Essa semelhança se dá por intensidade, cor, odor, peso, tamanho, forma etc. e se dá em igualdade de condições.

EXPERIÊNCIA PASSADA: Esta se relaciona com o pensamento pré-Gestáltico, que via nas associações o processo fundamental da percepção da forma. A associação aqui, sim, é imprescindível, pois certas formas só podem ser compreendidas se já a conhecermos, ou se tivermos consciência prévia de sua existência. Da mesma forma, a experiência passada favorece a compreensão metonímica: se já tivermos visto a forma inteira de um elemento, ao visualizarmos somente uma parte dele reproduziremos esta forma inteira na memória.

CONTINUIDADE: Há uma tendência de a nossa percepção seguir uma direção para conectar os elementos de modo que eles pareçam contínuos ou fluir em uma direção específica.

CLAUSURA: Ou “fechamento”, o princípio de que a boa forma se completa, se fecha sobre si mesma, formando uma figura delimitada. O conceito de clausura relaciona-se ao fechamento visual, como se completássemos visualmente um objeto incompleto.

REFERÊNCIAS:

BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

Gestalt vs Matrix


A palavra Gestalt não tem uma tradução exata para língua portuguesa. Gestalt para psicologia é um processo de criação de um inexistente, uma configuração habilitada de uma nova forma.

A trilogia Matrix de Larry e Andy Wachowski tomou como sua base uma espécie de Gestalt, um “mundo dos sonhos” comandado por um mundo real, onde as maquinas dominaram o mundo real e as pessoas tiveram que se foragir no interior desse submundo para viver, porque caso ao contrário seriam exterminadas.









Esse mundo dos sonhos que tem um sentido de Gestalt, pois nele há possibilidade dessa criação, dessa configuração do mundo no qual se passa. No filme o mundo real tem a programação e o “poder” de criação desse “mundo dos sonhos”.



O filme é retratado por um distópico futuro em que a realidade percebida pala maioria dos humanos é, na verdade, uma realidade cibernética chamada Matrix, criado por maquinas com inteligência independente para pacificar e subjugar a humanidade, enquanto o calor de seus corpos e da atividade elétrica é usado como fonte de energia.

Neo interpretado por Keanu Reeves, descobre a verdade e é acordado do “mundos dos sonhos” para enfrentar a rebelião ocasionada pelas maquinas, sendo o único dos humanos a ter poderes da "configuração do mundo dos sonhos" no mundo real sendo assim ele o escolhido. Junto com Neo varias outras pessoas que foram despertadas para a realidade para enfrentar o mesmo. 




REFERÊNCIAS:
DVD - Fime Trilogia Matrix - 2004
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Matrix
http://en.wikipedia.org/wiki/Gestalt_psychology
Science Psychology - 2007 pg 36 - Gestalt

Análise do filme Laranja Mecânica sob a ótica behaviorista

A teoria behaviorista é determinada pela analise do comportamento ou comportamentalismo, que é o conjunto das teorias psicológicas que postulam o comportamento como único, ou, ao menos, mais desejável. Os behavioristas afirmam que os processos mentais internos não são mensuráveis ou analisáveis, sendo, portanto, de pouca utilidade e para a psicologia empírica.
O fundamento dessa escola da psicologia é a teoria do condicionamento, elaborada pelo fisiologista russo I. Pavlov no início do século XX e desenvolvida mais tarde por J. B. Watson e B. F. Skinner, psicólogos norte americanos que criaram o paradigma comportamentalista na psicologia.
Uma das propostas de Watson era abandonar, ao menos provisoriamente, o estudo dos processos mentais, como pensamento ou sentimentos, mudando o foco da psicologia, até então mentalista, para o comportamento.
Para Watson, a pesquisa dos processos mentais era pouco produtiva, de modo que seria conveniente concentrar-se no processo psicológico observável, o comportamento. No caso, comportamento seria qualquer mudança observada, em um organismo, que fossem conseqüência de algum estímulo ambiental anterior, especialmente alterações nos sistemas glandulares e motores.
Neste sentido, não se pode deixar falar de behaviorismo sem comentar e acerca das conexões existentes entre o filme “Laranja Mecânica”, de Stanley Kubrick, e esta escola de pensamento da psicologia.


No citado filme é criado um ambiente aparentemente distante do nosso, um mundo caótico e sombrio em que Alex, um jovem inglês, e seus “drugues” (gíria originada do russo ‘droogs’, que designa um grupo de jovens delinqüentes), saem pelas madrugadas usando alucinógenos, espancando mendigos idosos e violentando mulheres, entre outros desatinos.
Em uma de duas noites de perversão, o bando comete um homicídio, e um de seus comparsas o trai, o que leva o líder Alex para uma casa de detenção. Condenado a prisão pela morte de uma mulher, o jovem esquiva-se do assédio de homossexuais e da violência dos outros prisioneiros.
Para conseguir um melhor tratamento, auxilia o capelão do presídio nas atividades religiosas. Então, surge a oportunidade de se ver novamente livre em menos de um mês com o novo tratamento do Centro Médico Ludovico, que iria recrutar um dos prisioneiros para servir de cobaia no estudo desta técnica, na qual o mal seria transformado em bem, política essa recentemente adotada pelo governo.
Neste tratamento, Alex é colocado num palco onde se obrigam a assistir cenas de violência inegável sem sequer poder piscar os olhos, que se mantinham abertos à força, sendo molhados com colírio. Mas antes dessas sessões cinematográficas, injetam-lhe um medicamento que lhe provoca insuportável náusea. Assim, ele passa a associar as cenas ao mal-estar físico, neutralizando sua agressividade natural e o transformando num “cidadão modelo”.
Em seu retorno à sociedade, ele encontra todas as suas vítimas, que se vingam dele, que não consegue reagir por causa do seu condicionamento. É espancado por um de seus ex-colegas que se tornou policial e, em seu caminho, cruza com um senhor que ficou paralítico e que teve a esposa estuprada e morta ao serem agredidos por ele.
Neste sentido, fica bem claro no filme que os métodos utilizados pela ciência para condicionar Alex são fruto da escola de pensamento behaviorista. Através da utilização dos filmes, da música, do soro experimental, etc, a violência foi sendo substituída por uma ânsia de vômito, que impedia o protagonista de cometer crimes.
O controle do comportamento social é feito através da técnica Ludovico que, com princípios psicológicos behavioristas de condicionamento, introduz em Alex o mal-estar físico ligado a qualquer comportamento violento.
Ademais, o fator “sexualidade” aparece, geralmente em forma de alusão, em algumas cenas do filme, estando presente de diversas formas na vida do protagonista. Reparamos, por exemplo, na cobra de estimação dele, que em uma das cenas se encontrava enquadrada como se nos órgão feminino de uma das pinturas do quarto de Alex.
Importante frisar que na verdade existiam duas grandes agências controladoras de comportamentos, que são a governamental e a religiosa. Estas compartilham um mesmo método associacionista de controle social, o reforço positivo de condutas “legais” e/ou aprovadas por “Deus” e o reforço punitivo de atos considerados “ilegais”. E o que aconteceu a nosso amigo, cujas ações foram consideradas reprovatórias e demoníacas: a punição.
Por fim, vale apontar que esta obra propõe o questionamento de que para ser preciso estabelecer a lei e a ordem, nesse caso por meio da ciência, é necessário antes de tudo não se deter em questões éticas ou de escolhas morais.



Referências:
DVD - Laranja Mecânica - 1971
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.